terça-feira, 2 de março de 2010

Daniel Castro: Bobinha, novela do SBT tem sotaques constrangedores


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Nova novela do SBT, Uma Rosa com Amor, adaptação de Tiago Santiago sobre original de Vicente Sesso, marcou 5,4 pontos no Ibope da Grande São Paulo. Exibida a partir das 20h15 de ontem, elevou discretamente a audiência da emissora. Na segunda-feira passada, Você se Lembra? registrou 4,6 no horário.
O desempenho tímido pode ser um sintoma da falta de apelo para os dias de hoje. Adaptação de Tiago Santiago para original de Vicente Sesso, exibido pela Globo em 1972, trata-se de uma história essencialmente romântica, água com açúcar, bobinha.
Seu primeiro capítulo inicia com excessivas tomadas aéreas de São Paulo. Um helicóptero pousa sobre um edifício. Dele, desce o mocinho, Claudio Lins, exibindo um constrangedor sotaque francês. Ainda no heliponto, Claude Antoine, seu personagem, conversa com mister Smith (R0berto Arduim, o Tio Sukita), com um igualmente constrangedor e também nada convincente sotaque… americano. Corta para uma boate. Kid Vinil toca New Order. Claude conversa com o excitado amigo Frazão (Toni Garrido). Passam-se quase dez minutos de novela. E nada aconteceu.
As atuações sofríveis de Claudio Lins e Toni Garrido contrastam com as dos veteranos Edney Giovenazzi e Betty Faria. Parece até outro texto. O ambiente é um cortiço do Bexiga (região central de São Paulo), que será, presume-se logo de cara, demolido pela construtora de Claude Antoine. O drama do cortiço aparentemente é a única história da novela. Pois o grande problema do mocinho francês é conseguir visto de permanência. E o da mocinha desastrada (que no escritório incorpora Bela, a feia), à beira dos 40 anos, é não ficar para titia.
Uma Rosa com Amor traz a marca do didatismo de Tiago Santiago. Os personagens e situações são apresentados sem sutilezas. Pelo contrário. A ordem é repetir frases, para que o público entenda o que se passa. Irrita: em apenas seis minutos e meio de novela, a expressão “dez milhões” foi dita sete vezes. Dez milhões de dólares é a grana que o americano mister Smith irá investir na construtora brasileira em que terá c0mo sócios Claude e o sogro mau caráter do mocinho, Egídio (Carlo Briani).
Carla Marins, a tiazinha, ops, mocinha Serafina Rosa, também se apresentou bem no primeiro capítulo. Ela, seus pais (Giovenazzi e Betty Faria) e a fotografia salvaram o primeiro capítulo da novela.
(Colaborou Hakeito Almeida)

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